sexta-feira, 12 de julho de 2013

Resenha: A Trama do Casamento – Jeffrey Eugenides

A Trama do Casamento – Jeffrey Eugenides
Companhia das Letras, 2011. Tradução de Caetano W.Galindo. Leitura no Kindle.

Essa resenha será ligeiramente diferente das demais que redigi para o blog até então. Não entrarei em detalhes agora; leiam e vocês descobrirão o que quero dizer.

Soube desse livro mais ou menos na época de seu lançamento. Muita gente parecia animada com a história e, quando descobri que a personagem principal era uma estudante de Letras, também me entusiasmei. Em uma de minhas visitas à livraria, peguei o livro  para ler a sinopse e, após a leitura, meu entusiasmo murchou consideravelmente. O livro era vendido como um triângulo amoroso e sou megadesconfiada de livros assim. Só tornei a me interessar pelo livro após ver a excelente resenha dos Espanadores, que elogiaram muito o livro e levantaram pontos interessantes da trama. Como não podia, no momento, gastar mais de R$40,00 num livro quase desconhecido, fiz a leitura no Kindle.

A personagem principal de A Trama do Casamento, Madeleine Hanna, é uma estudante do último ano do curso de Letras apaixonada por Jane Austen e pela literatura do Período Vitoriano. A narrativa começa no dia da formatura, no início dos anos 1980, faz algumas digressões e depois alterna o foco temporal mais algumas vezes. Ao entrarmos em contato com a história de Madeleine, somos apresentados a dois outros importantes personagens: Mitchell Grammaticus, interessado em estudos Teológicos, amigo mais próximo de Madeleine e irremediavelmente apaixonado por ela; e Leonard Bankhead, estudante de Biologia e Filosofia, rapaz fascinante e meio excêntrico que, como vocês já podem imaginar, despertará o interesse amoroso de Madeleine. Resumindo, o livro trata da jornada e do aprendizado dos três após a conclusão da faculdade, do desenvolvimento deles como adultos.

Aí, após essa breve sinopse apresentada, é que entra a particularidade mencionada no início da resenha: eu não gostei do livro. É a primeira resenha que faço de um livro que me decepcionou. Mostrarei agora meus argumentos. Não se intimidem e leiam o livro se assim desejarem, principalmente após realizarem o cotejo com o vídeo dos Espanadores. Vocês verão que o livro tem seus pontos positivos.

Eu gostei da forma como o autor construiu seus personagens, especialmente o Leonard. Ele é diagnosticado como maníaco-depressivo (e não, isso não é spoiler), mais conhecido hoje em dia como transtorno bipolar, e a complexidade de sua mente é verossímil. Cheguei a reconhecer diversas pessoas do meu convívio nas falas, pensamentos e até comportamentos do Leonard. Ele é, de longe, o personagem que mais gostei. O Mitchell também é um personagem fascinante ao seu modo, com um grau diferente de complexidade, mas a Madeleine não me convenceu. Não confio nela como figura feminina, pois ela é rasa como personagem. No início do romance até sentimos alguma força nela, mas isso é completamente destruído ao longo da trama. Em alguns momentos a achei quase uma Isabella Swan e isso é muito, muito decepcionante. A personalidade dela é obliterada ao longo da narrativa e ela se torna plana, inverossímil.

A própria narrativa é o principal motivo de eu não ter gostado do livro. O enredo é alongado sem necessidade e muitas situações narradas não tem importância alguma para a trama. Soa como pura enrolação! Isso dilui a força que o livro tem no início, além de diluir também as descrições brilhantes do escritor sobre o cotidiano do ambiente acadêmico e suas contradições. Por diversas vezes tive a impressão de ler algo de um escritor iniciante, o que não é o caso. É uma pena, porque os personagens mereciam uma trama mais bem trabalhada e o autor teria plenas condições de fazê-lo. Se a história fosse mais condensada, possivelmente isso minimizaria a sensação que tive ao concluir a leitura.

Cheguei ao fim com alguma raiva pelo tempo perdido e, confesso, aliviada de não ter gasto R$46,00 na versão impressa. Apesar do livro ter dialogado comigo (e com situações que vivi) diversas vezes e de ter alguns momentos de brilhantismo, ele não me convenceu. Entretanto, não pretendo atirar o livro na fogueira e dizer que é um lixo. Eu, leitora, não gostei do livro. Isso não significa que outras pessoas, talvez com muito mais bagagem ou mais sensibilidade do que eu, não possam gostar. Há pontos ali que merecem leitura e reflexão. Nunca descartem uma leitura apenas porque se depararam com uma crítica ruim. Um mesmo texto pode ter milhares de sentidos diferentes e cada leitor terá sua interpretação única daqueles sentidos. Por isso recomendo a todos que procurem outras resenhas e leiam o livro sim, se tiverem vontade. Talvez ele dialogue mais com vocês do que ele dialogou comigo.

Caso algum de meus leitores já tenha lido o livro, por favor, diga o que achou nos comentários. É sempre uma delícia saber o que vocês têm a dizer!

sábado, 6 de julho de 2013

Releitura: Música para cortar os pulsos - Rafael Gomes

Editora Leya, 2010.
Neste fim de semana senti vontade de reler o roteiro da peça Música para cortar os pulsos, escrito e dirigido por Rafael Gomes, que alguns devem conhecer por causa da série Tudo o que é sólido pode derreter, exibida na TV Cultura.
Tive o prazer de assistir a essa peça duas vezes em 2011, graças a um dos meus chefes na época em que trabalhei nas exposições do Sesc, que gentilmente cedeu cortesias para quem tivesse interesse em ver o espetáculo. A peça é apaixonante e o livro, publicado pela Editora Leya, o é na mesma medida. Decidi compartilhar alguns trechos, apenas para atiçar a curiosidade de vocês.

RICARDO
Quando eu te vi/ eu te amei/ e você sorriu/ porque você soube.”
'Existe amor que não seja à primeira vista?' Quando o Felipe entrou na sala, eu sabia que o amaria. Porque sou fraco demais para pessoas apaixonantes e o Felipe era apaixonante (…) Depois que ele conversou comigo e saiu da sala, eu já tinha certeza.”
Eu sou esse cara que se apaixona por um monte de gente, o tempo todo, mas juro que são coisas diferentes, de jeitos específicos. Amores dentro de mim são como meios de transporte, cada um tem o seu lugar – a água para os barcos, o céu para os aviões, as estradas para os carros...”
ISABELA
Um amigo meu diz assim: 'Paixão: quando apesar da placa “PERIGO”, o desejo vai e entra'.”
FELIPE
A gente já se conhecia há um tempinho(...) Não se falava muito porque a Isabela, embora seja uma menina eloquente, parece que só fala o necessário. Fato é que eu nunca tinha realmente percebido a Isabela. Tudo bem que ela é pequena, mas ela é fácil de perceber, porque ela tem vida. Mas eu nunca tinha percebido a Isabela mesmo assim. De repente, ela cresceu.”

“Aí eu levei ele pra casa e, quando eu parei embaixo do prédio dele, ele tava chorando. E assim, como se fosse simples, ele me disse que estava completamente apaixonado por mim.”
Fábio Lucindo, Mayara Constantino e Victor Mendes. Vi a peça com essa formação de elenco.

  
Bom fim de semana!

terça-feira, 2 de julho de 2013

Poeme-se!



O post hoje será curtinho, apenas para divulgar uma novidade muito, muito legal:


A IMITAÇÃO DA ROSA É OFICIALMENTE UM BLOG AMIGO DA LOJA POEME-SE!


Qual é a vantagem disso?” muitos de vocês devem estar se perguntando. A vantagem é que vocês, meus caros leitores, terão desconto de R$10,00 na compra de camisetas da loja (a partir de R$45,00). “Como?” É só seguir as instruções abaixo:


Não conhece a Poeme-se ainda? Corra, acesse o site da loja e confira as belas camisetas recheadas de poesia, só aguardando sua compra! Conheci a loja por causa da Juliana Gervason, do blog e vlog O batom de Clarice, e sou suspeita pra falar da Poeme-se, pois me tornei fã assim que realizei a primeira compra com eles. Por sinal, hoje (02/07/2013) faz exatamente um ano que comprei minha primeira camiseta da loja. Apenas para sanar a curiosidade, segue abaixo uma foto minha com a primeira camiseta da Poeme-se que comprei. Ela voltou pro catálogo recentemente, aproveitem!

Não é a minha melhor foto, mas essa é a camiseta. Linda, não?

Para mais informações, vejam a política da loja e vasculhem o catálogo.

Boas compras!